Sunday, February 23, 2020

A good Brazilian example is novelist Ana Luísa Abreu's ''Radioactive Christ,'' who was a finalist in the Rio de Literatura contest in 2015.

Cristo Radioativo
Finalista do concurso Rio de Literatura de 2015, Cristo Radioativo é uma distopia contada sob o ponto de vista de Hebe, uma menina de dezessete anos que sonha em fazer Engenharia de Telecomunicações para poder sair da sua cidade cercada e conhecer o Rio de Janeiro, ou o que restou dele depois da Grande Guerra Nuclear. Entre ataques de mutantes e rebeldes, doenças misteriosas e as ruínas da cidade que já foi uma das mais belas do mundo, Hebe vai descobrir que nem tudo é o que parece ser fora da cerca, mas, principalmente, nem tudo é o que parece ser dentro dela


Mundo Pós-Apocalípse: E Se Todas As Previsões Sobre Mudanças Climáticas Se Concretizassem?


@AnaLuisaAbreu


Post-apocalypse world: what if all the predictions about climate change came true

FEB 23, 2020 

It has been a long time since the scientific community warned about the issue of global warming. According to the World Meteorological Organization (WMO), by 2019 the Earth's average temperature was 1.1˚C warmer than in the Pre-industrial Era, but that number could still increase at 2˚C, 5˚C or even 6˚C by 2100. The problem is that, according to scientific predictions, this increase is responsible for extreme weather events occurring more and more frequently.
In an interview with the Correio Braziliense, Dr Sarah Green, professor of chemistry at the University of Technology of Michigan, says that while 97% of the articles published and reviewed by climate scientists agree that humans are the cause, a much smaller percentage of the public understands this.


"There are the obvious financial interests in continuing our dependence on fossil fuels, their efforts to confuse the public on this issue have been documented... The interest of these groups is to convince the public that "science is not established".


Dr Gregers Andersen, a literature expert at the University of Copenhagen, developed the thesis that fiction would be more effective in teaching about the dangers of global warming than meetings, studies and debates promoted by researchers. After all, long before the theme of Global Warming fell into people's mouths, the world was already stopping to discuss the film "The Day After Tomorrow" still in 2004.

In addition, science fiction is famous for predicting many of the things we have today, such as Jules Verne's submarines and space travel, H.G. Wells' atomic bombs, William Gibson's hackers and cyber crimes still in the 1980s. So it's not hard to imagine that fiction can also approach the world after a climate crisis like the one we are experiencing.
So much so that in 2011, American literary journalist Dan Bloom popularized the term Cli-Fi (Climate Fiction), and it became so successful that it became a subgenre of speculative fiction. Cli-fi novels are fictional works that address the effects of the climate crisis today or in the not too distant future, and they are not few.




A good example of Cli-Fi is An American War of Omar El-Akkad (2017). The story is set in the United States experiencing a second civil war that is due to a lack of resources caused by climate change. In this scenario, large areas of California and Mexico are submerged in water and Florida has completely disappeared.

A similar Brazilian example is Ana Luísa Abreu's ''Radioactive Christ,'' who became a finalist in the Rio de Literatura contest in 2015. The story takes place some time after World War III, caused by the lack of food generated by the effects of climate change in the world. Without food, the countries entered a great nuclear war that ended the world as we know it today. The inhabitants of Rio de Janeiro call the pre-nuclear era the Bonanza Era and need to live in surrounded cities to protect themselves from mutants and rebels. The only thing that keeps the cities is Nestelar, the only company that survives the chaos. Ordinary people eat only feed, food is rare and very expensive and a simple cold can kill hundreds of people. Sound familiar? A little too familiar, isn't it?

"It's frightening to think of the things that can happen to us in a short time, with our children. I believe that, although commercial, my book was a finalist for addressing a topic that may well become a reality. I agree that fiction helps alert the masses to danger because the masses don't read scientific articles, but everyone watches movies, series and reads entertainment books," says the author.

Besides these, there are still many other works in the genre that imagine our world if nothing is done now, but let's hope that none of this becomes a reality. For that we need to be aware of the urgency and importance of the theme. If fiction is really the best way to raise media awareness with mass communication, let's get to work.

Translated with www.DeepL.com/Translator (free version)


De acordo com especialista dinamarquês, a ficção seria mais eficaz em alertar a sociedade sobre os perigos das mudanças climáticas do que estudiosos. Nesse aspecto, o Cli-Fi (Climate Fiction) é o subgênero de ficção que tem ganhado força nos últimos anos por pensar e alertar a sociedade sobre os efeitos do aquecimento global e seus possíveis desdobramentos.


Ana Luísa Abreu na Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2017 ( Ana Luísa Abreu )

Eu concordo que a ficção ajuda a alertar a sociedade sobre o perigo. A massa não lê artigos científicos, mas todo mundo assiste filmes, séries e lê livros.
Rio de Janeiro ,20/02/2020 –
Já faz tempo que a comunidade científica alerta sobre a questão do aquecimento global. De acordo com a OMM (Organização Meteorológica Mundial), em 2019 a temperatura média da Terra estava 1,1˚C mais quente do que na Era Pré-industrial, mas esse número ainda pode aumentar em 2˚C, 5˚C ou até 6˚C até 2100. O problema é que, de acordo com as previsões científicas, esse aumento é o responsável por eventos climáticos extremos ocorrendo de forma cada vez mais frequente.
Em entrevista cedida ao Correio Braziliense, Sarah Green, professora de Química na Universidade Tecnológica de Michigan, afirma que, enquanto 97% dos artigos publicados e revisados por cientistas sobre o clima concordam que humanos são a causa, uma porcentagem muito menor do público entende isso.
“Há os interesses financeiros óbvios em continuar a nossa dependência em combustíveis fósseis, os esforços deles para confundir o público nesse assunto foram documentados… O interesse desses grupos é convencer o público de que “a ciência não está estabelecida”.
Gregers Andersen, especialista em literatura da Universidade de Copenhague, desenvolveu a tese de que a ficção seria mais eficiente para ensinar sobre os perigos do aquecimento global do que os encontros, estudos e debates promovidos por pesquisadores. Afinal, muito antes do tema Aquecimento Global cair na boca do povo, o mundo já parava para discutir o filme “O dia depois de amanhã” ainda em 2004.
Além disso, a ficção científica é famosa por prever muitas das coisas que temos hoje, como os submarinos e as viagens espaciais de Júlio Verne, bombas atômicas de H.G. Wells, hackers e crimes cibernéticos por William Gibson ainda nos anos 80. Assim, não é difícil imaginar que a ficção também possa se aproximar do mundo após uma crise climática como a que estamos vivenciando.
Tanto é que, em meados dos anos 2000, o jornalista Dan Bloom popularizou o termo Cli-Fi (Climate Fiction), e fez tanto sucesso que acabou se tornando um subgênero de ficção. Cli-fis são trabalhos ficcionais que abordam os efeitos da crise climática hoje ou em um futuro não muito distante, e não são poucos.
Um bom exemplo de Cli-Fi é Uma Guerra Americana de Omar El-Akkad (2017). A história se passa nos Estados Unidos que estão vivendo uma segunda guerra civil que acontece pela falta de recursos causados pelas mudanças climáticas. Nesse cenário, grandes áreas da Califórnia e do México estão submersos em água e a Florida desapareceu completamente.
Um exemplo brasileiro parecido é Cristo Radioativo de Ana Luísa Abreu que chegou a ser finalista do concurso Rio de Literatura em 2015. A história se passa algum tempo depois da Terceira Guerra Mundial, causada pela falta de comida gerada pelos efeitos das mudanças climáticas no mundo. Sem comida, os países entraram em uma grande guerra nuclear que acabou com mundo como conhecemos hoje. Os habitantes do Rio de Janeiro chamam a era pré-nuclear de Era da Bonança e precisam viver em cidades cercadas para se protegerem dos mutantes e dos rebeldes. A única coisa que mantém as cidades é a Nestelar, a única empresa sobrevivente ao caos. As pessoas comuns comem apenas ração, comida é algo raro e muito caro e um simples resfriado pode matar centenas de pessoas. Parece familiar? Até demais, não?
“É assustador pensar nas coisas que podem acontecer conosco em pouco tempo, com nossos filhos. Acredito que, apesar de comercial, meu livro tenha sido finalista por abordar um tema que pode muito bem se tornar realidade. Eu concordo que a ficção ajuda a alertar a massa sobre o perigo porque a massa não lê artigos científicos, mas todo mundo assiste filmes, séries e lê livros de entretenimento”, diz a autora.
Além destes, ainda existem muitos outros trabalhos no gênero que imaginam o nosso mundo caso nada seja feito agora, mas vamos torcer para que nada disso se torne realidade. Para isso precisamos ter consciência da urgência e importância do tema. Se a ficção for realmente o melhor caminho para conscientizar a mídia com comunicação em massa, mãos à obra.

No comments: